terça-feira, 19 de agosto de 2008

o bolo e os biscuits

Há pouco mais de um ano, antes de ter muitas das idéias do meu casamento prontas em minha cabeça, eu fui a uma feira de noivas e vi a historinha do casal contada nos biscuits nos andares do bolo e achei a coisa mais lindaaaa.

Mas na minha cabeça, não sei porque, ficou que aquilo devia ser muito caro, e deixei pra lá.

No dia em que decidi que meu casamento seria caipira, sabia que meu bolo seria colorido. Eu e Mi pensamos em muitas formas de fazê-lo, sempre com muitos andares e colorido.

Um dia fui na casa da boleira e ele estava lá: meu bolo, com flores e glitter espelhado, mas com flores brancas.

Como havia decidido que meu vestido teria flores coloridas, assim escolhemos as cores do bolo, pra combinar.

No dia em que fui encomendar os biscuits de topo, estava decidida: queria uma noiva em cima de um jegue e um noivo puxando. Na realidade, uma das idéias não concretizadas foi entrar na casa em cima de um jegue, vestida d enoiva mesmo. Mas não deu, porque eu ficaria com cheiro de jegue, e minha cauda era enooorme (isso me frustrou um pouco mas achei sensato). Então o topo ia ter que ser assim.

Mas uma vez na casa da "biscuitzeira" Lu, Mi sugeriu que eu fizesse a historinha como uma surpresa pra meu noivo. E lá fomos nós.

Nossa história eu já postei aqui. Então fizemos a sequência: amigos na escola, bêbados com a garrafinha de tequila no dia em que ficamos a primeira vez e o topo, no casório. Como meu marido toca guitarra, então aproveitei pra colocar uma guitarrinha nas costas dele, que deu um toque junino-rock´n roll.

Ficou lindo, e os bonequinhos custaram muuuuito menos do que eu imaginei.





terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dona flor e seus dois maridos

Abro mais um parêntese, para a segunda estrela da festa.

Só foi segunda porque a noiva tem que ser a primeira, né?

Bom, minha festa contou também com personagens folclóricos. Que eu me lembre agora, Johnny West, Indiana Jones, Lampião, Maria Bonita e Dona Flor pintaram por lá. Infelizmente meu foógrafo não os registrou todos, mas o parêntese foi mesmo pra Dona Flor - que arrumou dois maridos pra festa.

Minha mãe sabia que mãe da noiva só não pode sobressair mais que a noiva, mas queria arrasar.
Pensou em encarnar a Viúva Porcina, e um dia chegou da rua com todos as texturas vermelhas que achou: veludo, caça, renda, crepe, seda, lantejoulas e tudo mais. E decidiu que seu vestido ia ser um mostruário de loja de tecidos do interior.

O modelo ela sabia de cor, e seria um desbunde. Perdeu 4 quilos ara ficar perfeita em seu traje caipira-chique, e uma coisa posso dizer: ela foi o ícone que melhor traduziu o significado da expressão. Ela era A caipira-chique. Um toque de glamour, um toque de exagero, um toque de cafonice, e muito vermelho.

Quando ela me mostrou o vestido pronto eu não sabia o que dizer. Assustadoramente caipira-fashion-purpurinado. E ver minha mãe sentada bordando as lantejoulas, num esforço único para incorporar sua personagem, me inspirou.

Como o pai do noivo era falecido, quem a acompanharia seria o padrinho do noivo. Mas na intenção, de homenagear o irmãos, e para complementar a novela, optamos por ambos, entrando com ela, no mais glamouroso estilo Dona Flor e seus dois maridos.

Aí, na foto, a personagem em sua completude, adentrando a nave, na cerimônia:


sexta-feira, 8 de agosto de 2008

padre que fala demais enche - e a gente tem que se vingar

nós, no altar

nós, com cara de vaca hindú

os fogos - a vingança está no sangue!!!

nós, rindo dos fogos

É um consenso geral.

Você pode ser católica apostólica romana, espírita, budista, evangélica, batista, testemunha de Jeová, mórmon, o que for. Convenhamos: padre que fala mais do que devia dá sono. É chato.

Lembro quando fomos fechar com nosso padre. Ele fez todo o patati-patatá que ia fazer no dia da cerimônia.

"Eu, Marla, aceito João, como meu legítimo esposo..."

E ele falava alto e freneticamente, como se estivesse diante do público, e nos pedia para repetir também freneticamente. E falava, e falava tanto, que João queria oferecer mais dinheiro, para ele falar menos. Mas eu não deixei, claro (até que seria uma boa idéia...)

Quando chegou no dia do casamento, parecia que o padre estava com sono, falava repuxaaaado.

Imagine você com bastante sono, comendo um alferes. Puuuuuuuuuuuuxa, e ele não vem. Boceja. Puuuuuuuuuuuuuuuuuuuxa e ele não vem.

A questão é que para os noivos é tão emocionante, que costuma passar muito rápido. Mas eu via, no desânimo das pessoas, que o padre se prolongou demais.

Ele falou sobre o casamento onde Jesus transformou a água em vinho, ajudando a salvar o prestígio da festa, a pedido de sua mãe, Maria, blá blá blá...

Ainda havíamos convidado um amigo espírita - doutrina mais próxima de ser uma "crença" nossa - para proferir algumas palavras. Não é que ele havia escolhido a mesma história?

Mas ele foi curto, falou que o vinho que proveio da trasnformação, foi a última bebida a ser servida e a melhor. E que assim deveria ser o casamento: melhor e mais agradável, com o passar dos anos, o aumento do amor e admiração mútuos...

Achei a mensagem linda, mas uma coisa da qual me vanglorio até hoje foi do toque genético de maldade que existe em minha família.

Xô explicar.

Certa feita minha mãe me contou, que quando se casou com meu pai, avisou ao padre que não se estendesse além de 15 minutos. O padre riu, e ela disse: "se você passar dos quinze minutos, haverá conseqüências".

Pois foi dito e certo. Há pouco menos de 40 anos atrás, um casamento presenciado pela alta sociedade baiana foi interrompido com sussurros de amor, embalados por aquela famosa música francesa onde a mulher, entre gemidos, murmura: "Jet´aime", em alto e bom som...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Pois no meu casamento não tivemos a ousadia de fazer como minha mãe.

Eu não queria chocar.

Mas meu amado irmão mais velho providenciou um show pirotécnico prematuro.

Ao invés de aguardar até a festa, onde os convidados não estariam embaixo dos toldos e poderiam ver tudo com maior clareza, ele soltou os fogos beeeem no meio da cerimônia.

E aposto que ele escolheu as girândolas, porque tinham mais tiros do que luzes e cor. Foi praticamente um tiroteio em protesto ao falatório. E o noivo caipira sorria, sarcástico, ao ver o pader atônito com a agradável surpresa...

Meu casamento foi, realmente, fora de série...


Ps: preciso falar de dona flor e seus dois maridos...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

luz, câmera, trompetada, AÇÃO!!!

meu noivo caipira lindo e minha sogra-bandeirolas linda

minha bebê-florista

eu segurando o chororô e meu pai me segurando pra eu não entrar correndo


Bom, parei na trompetada.

Nunca tive o sonho dourado de entrar pela igreja vestida de branco, com a marcha nupcial tocando, blá blá blá. Acho que até já disse isso.

Mas adiei a "grande festa de minha vida" dos 15 anos para a formatura, da formatura para o casamento. Aí sobrou ele pra fazer a farrona.

E desde que decidi fazer a cerimônia não podia ouvir uma trompetada de marcha nupcial que me arrepiava toda.

Quem vai usar som mecânico, apóio, é uma economia boa se você precisa dela. Mas não há nada como a famosa trompetada ao vivo. Foi só abrir as portas a cerimônia e eu ver meu noivo na ponta da nave e a trompetada que desatei a chorar.

E olha que eu nem usei trompete. Na minha cerimônia foram 5 músicos: voz, teclado, sax, sanfona e violino. A sanfona foi uma briga. Foi na semana antes de São João, o músico da empresa contratada precisou ligar pra 14 sanfoneiros até achar um que podia...hehehe.

Mas era isso ou nada. Minha exigência foi a sanfona, eu queria queria queriaaaa. E pronto!

Bom, voltando lá atraaás, fiquei de falar das músicas. Se meu casamento não fosse caipira, eu o faria meio Rock´n Roll. Meu noivo ama, eu gosto, e acho lindo casar só com músicas Rock´n Roll. Inda colocava a banda dele pra tocar depois!

Mas como não dava pra tocar rock num casamento caipira, decidi usar músicas brasileiras, algum forró e nordestinas. Só meu noivo que escolheu nossa música pra entrada dele. "How deep is your love".

Ficou assim então:

Entrada do noivo: How deep is your love (Beeges)

Entrada dos pais: Céu de Santo Amaro (Cateano)

Entrada dos padrinhos: Esperando na Janela (Gil)

Entrada da florista: É você (Tribalistas) - minha florista foi minha irmã de 15 anos

Entrada da noiva: Trompetada da Marcha + Dia Branco

Entrada das alianças e benção das alianças: Ave Maria

Assinaturas: Preciso dizer que te amo (Cazuza) - típica de amigos que viram namorados - e Pensar em você (Daniela Mercury)

Saída: Olha pro céu (Olha pro céu meu amoooor, veja como ele está lindoooo)

Pronto, no próximo capítulo, mais um pouquinho sobre nossa cerimônia!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

coisas que têm e que não têm preço

2 vestidos de noiva: 1900,00
bolo de 4 andares: 500,00

ser famosa com um banner de 2,0x1,5 na Expo Noivas: Não tem preço!



segunda-feira, 4 de agosto de 2008

as flores e minha chegada dramática e triunfal...

Vi chegando no salão

Eu saindo do carro


Minha nave de esteira com flores coloridas



Êeeee
que bom que vocês se pronunciaram =D

Bom, agora que foi a nossa história, passo para contar mais um pouquinho do grande dia.

Marquei meu casamento pras 19:30 porque queria começar a cerimônia pontualmente às 20:00. Mas, infelizmente, na Bahia 19:30 é quase 20:30. E eu tomei um sr. chá de cadeira. Tive que ficar rodando de carro pra fazer hora, senão eu chegaria antes de minha sogra e minhas madrinhas.

Estamos nós, Avenida Paralela acima (é uma das maiores avenidas da cidade, que liga ela ao aeroporto e ao município de Lauro de Freitas, onde casei) quando olho pro carro do lado e vejo um casal: homem de chapéu de palha, mulher de laço na cabeça: "OPAAA CONVIDADOS".

NÃO RESISTI. Coloquei a cabeça pra fora do carro, junto com o buquê, e gritei! Eles deram tchau, foi frenético, os carros olhavam a noiva louca cabeça-afora...hahahahaha

Ficamos fazendo hora, rodando em Vilas do Atlântico, e passei para visitar uma noiva que se arrumou comigo no salão. Foi engraçado: duas noivas em dois carrões emparelhados, na porta da igreja

E agora, quem entra, quem fica pra titia? ha ha ha

Chegando lá na casa da cerimônia e da festa, fui conduzida pelo meu melhor amigo - que também foi meu cortejo - até meu pai. Parêntese pro cortejo: me diverti e descontraí indo pra festa com ele. Depois de um dia no salão sem ver um rosto conhecido, tê-lo por perto nos minutos finais foi ótimo!

Meu pai, que queria me tirar do carro, deu um escândalo. Queria ter me conduzido passinho por passinho, fez muchocho, disse que não iria mais entrar comigo... Mas caiu na real, a bola da vez era eu.

Falando nisso, ele estava lindo, todo empacotado num summer estampado...

Mas tudo isto não antes de assistir a entrada do meu noivo e padrinhos do carro. Essa é a grande vantagem de ter duas câmeras.

Mas a grande desvantagem foi descobrir, à 30 segundos de entrar nave adentro, que as flores não eram as que eu escolhi.

Eu sou uma pessoa legal. Eu aceito bem as sugestões dos outros. Eu sou flexível diante de um bom argumento. MAS NÃO ME TROQUE AS FLORES SEM ME AVISAR!!!

Pedi sorrisos de maria e margaridinhas, tudo branco. Frisei bem TUDO BRANCO. Queria dar destaque às flores de meu vestido, e a decoração já era caipira! Mas o decorador achou que ficaria sem graça. CUSTAVA ELE ACHAR ISSO NA VÉSPERA E ME CONSULTAR???

Quando vi a imagem na tela a primeira coisa que pensei foi: "digam que estão transmitindo o casamento errado... Não amor, volta, esta não é nossa nave... está tudo colorido, que é isso???"

Não havia muito o que fazer. Liguei o foda-se, e caminhei para a porta fechada do salão. Lá meu fotógrafo, filmador, assessora, pai e melhor amigo me cercavam.

"Vai chorar?" - perguntou Mi, minha assessora.

"Eu?Claro que não" - respondi, confiante.

Mas minha confiança só durou até o começo da trompetada da marcha nupcial...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

um parêntese para nossa história

sabe o que é? a gente vê as visitas caindo, e os comentários sumindo, aí a gente pensa que o blog já era. mas decidi: vou postar tudo, até o fim, nem que seja para a posteridade, meus filhos e netos... hehehe

Hoje ia falar da minha chegada e das músicas escolhidas para minha cerimônia. E me dei conta de que nunca contei a história de nós dois - fundamental para entenderem algumas das músicas escolhidas...

Contei ela em meu fotolog uma vez, depois em meu site de casamento, agora vai aqui:

Conheci Joe na escola, no 1º ano.
No mesmo ano em que ele sabotou a prova de admissão porque não queria entrar lá.
Mas entrou. E logo se tornou meu “priminho”.
Embora muita gente duvide de que ele seja de fato parente meu, nossas famílias vieram da mesma cidade, nossos avós compartilham os mesmos sobrenomes.
Fato é que reconhecer um possível parentesco foi no mínimo uma desculpa pra estar mais perto.
Na verdade demoramos 8 anos para entender o que estava guardado pra gente, na gente mesmo.
Sempre tivemos uma simpatia gratuita um pelo outro, e os conselhos dele sempre foram os mais sinceros, e que por essa mesma razão, as vezes eu nem pedia.
Eu gostava muito de errar. Talvez errar muito fosse a maneira mais plausível de reconhecer o que é certo, quando estivesse diante dele.
O abraço de Joe era o mais gostoso de todos os abraços que eu ganhava, e eu fazia questão que ele soubesse disso.
Era sincero, despretensioso, e com uma temperatura única cujos graus repetiam sempre: “gosto muito de você”.
E isso me tornou a menina que pulava no pescoço dele quando o via,
e a mesma menina que as namoradas dele queriam enforcar no laço do sapato.
E a menina por quem alguns amigos deles torciam, antes mesmo de existir uma partida.
Nos nossos encontros e desencontros ao longo dos anos falávamos de amores, contávamos nossas aventuras e nossas decepções, e sabíamos do imenso carinho que tínhamos um pelo outro.
Até que nos encontramos solteiros.
Uma, duas, três, quatro vezes…
“Pense numa pessoa que demorooou…”
Foram as palavras dele quando me beijou a primeira vez, há dois anos e pouco, depois da terceira festa da noite, do segundo shot de tequila – fora os 700 ml de vodka, as 4 cervejas e as duas doses de whisky – às 4 da manhã.
Isso vai fazer pouco mais de dois anos no dia do nosso casamento. Eu não quero nunca mais parar de beijá-lo.
“I couldn´t help it. It´s all your fault”




ps: nosso site de casamento é o www.joaoemarla.com. Os quadrinhos da entrada foram usados em nosso convite, posto a foto dele aqui no próximo post.

Faltou nele a música de abertura, o livro de visitas e contato com os noivos, mas ganhei de uma madrinha e depois ela ficou sem tempo de acrescentar...